A compreensão dos processos espirituais ligados à saúde e ao desencarne pode ser bastante complexa e, muitas vezes, mal interpretada dentro da visão espiritualista.
Nem todas as doenças que enfrentamos em nossa vida física são resultantes diretas de ações passadas, ou karmas, como frequentemente se pensa.
A forma como nossa doença ou mesmo nossa morte afeta o corpo astral pode variar consideravelmente, dependendo de uma série de fatores que incluem o estado de consciência no momento do desencarne e a natureza da própria doença.
A Morte e o Desencarne
Quando uma pessoa desencarna de maneira repentina, como em mortes acidentais ou doenças rápidas como a COVID-19, o impacto no corpo astral pode ser mínimo. Muitos que faleceram de COVID-19 não tiveram tempo de absorver e processar a deterioração de seus corpos físicos, o que em teoria, minimizaria o impacto no corpo energético e, consequentemente, no corpo astral.
Por exemplo, as mortes súbitas, como as causadas por acidentes ou por doenças rápidas, podem resultar em transições relativamente suaves para o plano astral. No entanto, as mortes violentas ou traumáticas podem deixar cicatrizes profundas na psique espiritual, exigindo um processo de cura mais intenso e prolongado.
Além disso, a frequência vibratória em que uma pessoa se encontra durante sua vida terrena também desempenha um papel significativo em sua experiência após a morte. Aqueles que habitam frequências mais elevadas podem transitar mais facilmente para estados de consciência mais luminosos e elevados no plano espiritual, enquanto aqueles que estão imersos em densidades emocionais negativas podem encontrar-se em zonas mais sombrias e desafiadoras.
É crucial abandonar a visão simplista de que todas as doenças são meros reflexos de karmas passados. Embora algumas condições de saúde possam estar enraizadas em experiências pregressas, outras são simplesmente parte do tecido da vida biológica no plano físico.
O câncer, por exemplo, é um mal que aflige indiscriminadamente pessoas de todas as origens e crenças, refletindo uma interação complexa entre fatores genéticos, ambientais e comportamentais.
Dessa maneira, ao acordarem no plano espiritual, essas almas muitas vezes se encontram confusas, sem lembranças claras do desencarne, porém sem grandes traumas ou marcas profundas em sua psique espiritual.
Consciência e Transição
A condição de consciência de um indivíduo no momento do desencarne é crucial. Pessoas que morrem de maneira tranquila tendem a ter uma transição mais suave para o plano astral, enquanto aquelas que passam por mortes traumáticas ou violentas, como homicídios ou suicídios, podem enfrentar dificuldades maiores.
A violência e o trauma podem induzir um estado de choque ou confusão, complicando o processo de desligamento do corpo físico e a subsequente recuperação no plano espiritual.
A Frequência Espiritual
A frequência vibratória em que a pessoa se encontra também influencia diretamente sua experiência após a morte. Aqueles que desencarnam em uma frequência mais baixa, seja por condições de vida desarmônicas ou por estados emocionais negativos, como ódio ou desespero, podem encontrar-se em umbralinas ou zonas umbralinas, que são estados de consciência mais densos e difíceis no plano espiritual.
Doenças e o Karma
O conceito de que todas as doenças são reflexos de karmas negativos é um equívoco. Muitas condições de saúde não têm origens cármicas diretas, mas podem ser vistas como consequências naturais da vida biológica no plano físico.
Por exemplo, o câncer, que frequentemente é associado a karmas, pode ser resultado de uma série de fatores ambientais e genéticos que não necessariamente têm a ver com ações passadas do indivíduo.
A Psique e a Doença
A psique humana é extremamente complexa e suas reações às doenças podem ser variadas. Algumas pessoas podem ter uma recuperação espiritual rápida após o desencarne, enquanto outras, especialmente aquelas que enfrentaram doenças degenerativas longas e dolorosas, podem levar mais tempo para se recuperar e desligar-se completamente das impressões do corpo físico.
Recuperação no Plano Astral
No plano astral, a recuperação de uma doença física não é instantânea. As impressões da doença podem permanecer com a alma por algum tempo, necessitando de um processo de cura que envolve tanto o apoio de espíritos benevolentes quanto o trabalho individual da consciência desencarnada para superar os resíduos psíquicos e energéticos deixados pela doença.
Conclusão
A jornada de cura no plano astral também merece nossa atenção. Assim como no plano físico, a recuperação espiritual não é um processo instantâneo. As impressões deixadas pela doença podem perdurar na psique da alma, exigindo tempo e esforço para serem completamente superadas.
Em última análise, é essencial adotarmos uma visão mais ampla e compreensiva das questões relacionadas à saúde, doença e espiritualidade. Cada experiência é única e deve ser abordada com empatia, compaixão e humildade.
Ao reconhecermos a complexidade desses temas, damos um passo em direção a uma compreensão mais profunda e integrada da vida e da morte, enriquecendo nossa jornada espiritual e humana.
É fundamental entender que a relação entre saúde, doença, morte e espiritualidade é intrincadamente complexa. Não se pode simplificar todas as doenças e mortes como resultados diretos de karmas.
Cada caso é único e envolve uma multiplicidade de fatores que devem ser considerados dentro de uma perspectiva espiritual ampla e compreensiva. Reconhecer a complexidade dessas questões é um passo essencial para uma visão espiritualista mais madura e integrada.